Por Caleb Mwamisi
O que faria se tivesse dado feijão mungo a certas mães para que alimentassem os seus filhos com uma dieta equilibrada, e se apercebesse que o mesmo estava a ser vendido para comprar pão?
Esta é uma questão que foi colocada pelos formadores, Dra. Paschalia Mbutu e Dominic Syuma, no terceiro dia de formação, 14 de julho de 2020, em que procuraram aperfeiçoar as competências dos membros da rede AJAN. A pergunta apresenta um dilema para alguém que quer implementar um projeto tendo um claro domínio do que é uma boa nutrição, e dispondo de feijão mungo para benefício de crianças subnutridas.
No entanto, as mães das crianças não parecem dar ao assunto a importância que ele merece e, em vez disso, vendem o feijão mungo para comprar pão para dar aos seus queridos filhos. Obviamente, não querem mal aos seus filhos, mas acham o pão mais nutritivo ou não fazem ideia da diferença.
A resposta a este dilema só pode ser encontrada através de um exame mais atento ao acompanhar a comunidade em questão. As complexidades do envolvimento com as comunidades foram diagnosticadas abordando questões semelhantes, de modo a que se evite vir a pisar numa “mina”. “É necessário ouvir a comunidade para compreender o que se passa nos bastidores. Uma vez que isso é decifrado, então poder-se-á influenciar com sucesso a comunidade para que possa nascer uma prática nova e apropriada “, disse a Dra. Paschalia.
Os formadores apresentaram metodicamente várias barreiras ao tema da escuta que os implementadores de projetos precisam de conhecer. Por exemplo, o ato da “leitura da mente” impede pontos de aprendizagem vitais a partir da comunidade que se pretende ajudar. “É um erro grave fazer julgamentos e interpretações apenas para confirmar a informação que se recebeu até então. O ideal é partir de conhecimentos sólidos para que se possa exercer influência sobre a prática que se deseja corrigir, em vez de procurar derrubar a prática desde o início”, disse Dominic. “É uma batalha perdida combater uma prática sem conhecimento”, acrescentou ele.
Foi também explicado em profundidade como a falta da escuta ativa, o discutir ou deixar-se levar pelas emoções em situações extremas, pode levar a um fracasso certo. No final da formação, ficou claro para os participantes que é crucial prestar atenção a mais do que as palavras que se ouvem. Não há dúvida de que os participantes estão ansiosos pela quarta sessão de formação.