A segunda sessão de formação para a fraternidade AJAN aconteceu na sexta-feira, 10 de julho de 2020, a seguir à primeira, realizada três dias antes. A frequência foi igualmente boa, com participantes de centros da AJAN de toda a África.
Os formadores, Dra. Paschalia Mbutu e Dominic Syuma, começaram por escutar o feedback dos formandos em relação à primeira sessão. Alguns dos participantes que tinham estado na primeira sessão manifestaram o seu fervor em aprender novas ideias e abordagens, uma vez que procuram ser mais eficazes no serviço às comunidades onde os seus centros estão localizados.
Beatrice Maina, diretora da Escola St. Aloysius Gonzaga, que estava acompanhada por vários colegas daquela instituição de ensino, afirmou que considerava a formação até agora como sendo “útil” e que “gostaria de ter todo o pessoal da escola a participar”. “Gosto do carácter prático da formação”, acrescentou ela. Mosses Ochieng’, responsável pelas Relações Públicas, que se juntou a ela e a outros três dos seus colegas nesta formação, disse ter sido “tocado” particularmente pelas introduções detalhadas feitas no início e pela apresentação que lhe abriu a mente sobre “os porteiros”, no que diz respeito ao modo como os projetos são apresentados às comunidades.
Johnfisher Ondigo, professor e formador experiente do programa AHAPPY da AJAN, revelou que estava particularmente satisfeito por ter recebido uma diferente, mas relevante interpretação do ato de Jesus alimentar 5000 pessoas com três pães e dois peixes. Os formadores sublinharam que nesta história Jesus utilizou os poucos recursos que uma das pessoas tinha, para os multiplicar e alimentar todas elas de forma satisfatória. Este exemplo destinava-se a mostrar como é fulcral utilizar o que os beneficiários têm ou o que torna o processo de desenvolvimento participativo, isto é, capitalizar a partir do potencial da comunidade. “Isto surpreendeu-me”, afirmou Johnfisher.
“Compreender como identificar e gerir os porteiros é crucial. Os porteiros (guardiões) ou são formais ou autonomeados, mas fortalecem-se com a passividade do grupo e, quando ameaçados, podem bloquear o progresso de um projeto. Quando se percebe que as pessoas são oprimidas pelos guardiões, pode-se primeiro voltar atrás e apresentar estratégias sobre como as capacitar para que se envolvam ativamente em todas as fases do projeto que se deseja realizar em seu benefício”, enfatizou Dominic Syuma.
Enos Matangwe Sikoyo, assistente social da Paróquia de S. José Operário, em Kangemi, Nairobi, ficou grato pela visão que a formação tem proporcionado até à data. Os seus pensamentos foram reiterados por Solomon Rogers, assistente técnico de educação na RTI Internacional, da Libéria, e pelo P. Gregory Mulobela, de Chukuni, na Zâmbia.
Após mais algum debate sobre os guardiões, os formadores introduziram um tópico que seria aprofundado na sessão seguinte, prevista para segunda-feira, 14 de julho de 2020, o de “Aprender a desaprender para um autêntico envolvimento da comunidade”. “Quando dizemos ‘autêntico’, implicamos que somos REAIS e que não tomamos como garantidas as pessoas que acompanhamos. A sua participação ajuda-nos a aprender uns com os outros. Esta é de facto a base para pedirmos que sejam partilhados os pontos de aprendizagem e pontos de vista da nossa última sessão”, disse a Dra. Paschalia Mbutu.
É certo que os participantes abordarão a próxima sessão com um grande zelo, uma vez que desejam ser capacitados para este período e para o futuro.