St. Aloysius Gonzaga fica no meio de Kibera, o maior bairro de lata urbano de África, em Nairobi, no Quénia. Muitos de nós conhecemos a instituição por proporcionar educação a estudantes pobres, alguns afetados pelo HIV e pela SIDA. Embora a comunidade tenha enfrentado essas dificuldades para seguir em frente, a situação criada pela pandemia da COVID-19 não tem precedentes. Os pais dos estudantes viviam até aqui principalmente de empregos temporários, que foram impossibilitados pelo confinamento parcial imposto no país pelo governo.
Em virtude destes acontecimentos, a escola vem mobilizando recursos e ajudando os alunos com alimentos. Os jesuítas de África também se uniram por meio da Rede Jesuíta Africana contra a SIDA e da Rede Jesuíta pela Ecologia, com uma distribuição planeada de cestas básicas durante esta semana.
“Estamos a passar por tempos incertos e especiais. Vivemos um dia de cada vez. A única coisa que perdura durante este período é a esperança. Na verdade, a esperança é o que nos esforçamos por oferecer aos nossos alunos e famílias. A COVID-19 redefiniu, redesenhou e reformulou as nossas operações e interações com os nossos alunos. Dado que os nossos alunos e as suas famílias moram nos bairros de lata de Kibera, eles continuam a suportar o impacto da pandemia. Embora ainda notemos com agrado que nenhuma das nossas famílias tenha relatado casos de infeção direta pelo vírus, não há dúvida de que os efeitos sociais têm sido adversos. Enquanto os alunos foram privados de uma oportunidade importante para prosseguirem os seus estudos num ambiente pacífico e atencioso, os mais afetados são os que estão no último ano, pois são obrigados a fazer os exames no final do ano. Os rostos desses jovens ambiciosos não podem esconder a ansiedade e a deceção que não estão ausentes dos seus sentimentos”, observa Mosses, o responsável pelas relações públicas da instituição.
“Como instituição, continuamos a proporcionar apoio académico aos nossos alunos enquanto permanecerem em casa por meio de trabalhos de casa. Infelizmente, esses estudantes e as suas famílias enfrentam o risco ainda maior da sua sobrevivência. Basicamente, as fontes de subsistência das famílias foram interrompidas, se não destruídas, devido ao confinamento parcial em Nairobi. A maioria das famílias dos nossos alunos sobrevive devido aos empregos temporários dos pais ou responsáveis e de pequenos negócios, e agora não conseguem trabalhar. A maioria dos trabalhos temporários, como limpeza de casas e trabalho nas obras, já não requer os seus serviços por medo de infeções, bem como da adesão às diretrizes governamentais sobre o distanciamento social. Viver com um dólar por dia é uma coisa e outra muito pior é ver eliminadas as fontes de rendimento. Essa é a dura realidade que as nossas famílias enfrentam agora”, descreve Mosses.
St. Aloysius mobilizou recursos para ajudar a aliviar algumas dessas dificuldades durante esta pandemia. Até agora, a escola conseguiu, a cada duas semanas, apoiar mais de 280 famílias de estudantes com alimentos variados e a comunidade tem exprimido um grande apreço.