Estamos prontos para arriscar sacrificar algo precioso?
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 22, 1-2.9-13.15-18 | SALMO (115 (116b), 10.15, 16ac-17, 18-19) R/ Andarei na presença do Senhor sobre a terra dos vivos | SEGUNDA LEITURA: Romanos 8, 31b-34 | EVANGELHO: Marcos 9, 2-10
A reflexão deste domingo é de
Deacon Francis Kyalo SJ.,
St. Joseph Development Programmes, Kangemi, Kenya.
Neste segundo domingo da Quaresma, os trechos das Escrituras nos chamam a uma vida de fé autêntica. Uma vida de completa submissão à vontade de Deus em nossa luta é o que a primeira leitura demonstra. Abraão está pronto para dar o que considera precioso por amor a Deus. Ele está disposto a sacrificar seu único filho.
O mesmo sacrifício ganha um lugar mais elevado na segunda leitura, onde vem do Divino próprio. Deus, em seu amor pela humanidade, teve que dar seu único filho, sofrer e morrer para a salvação de todos. Não há amor e sacrifício maiores do que este. Estar pronto para dar a própria vida por amor a Deus ou a outra pessoa. Assim, a primeira e segunda leitura nos lembram que nosso sacrifício deve ser por um bem maior. O sacrifício de Abraão é para o maior bem de permanecer fiel a Deus. Qual é o resultado da prontidão de Abraão? Ele recebe as bênçãos de Deus e uma nova promessa é feita a ele; seus descendentes serão incontáveis, e as bênçãos para o restante da humanidade fluirão através deles. Por outro lado, a segunda leitura apresenta outro sacrifício em outro nível. É claro, é uma continuidade e um cumprimento das bênçãos e promessas dadas na primeira leitura. O sacrifício de Deus ao dar seu único filho visa nos trazer de volta a ele pelo sangue do Cordeiro Pascal. Por meio de Cristo, todas as bênçãos fluem. Evidentemente, o maior bem que advém de qualquer sacrifício deve levar a servir a Deus ou a trazer a humanidade de volta a Deus.
Este é o nosso recado hoje. Estamos prontos para arriscar sacrificar algo precioso? E o que é essa coisa tão preciosa que estamos dispostos a sacrificar? O sacrifício exige que se saia da zona de conforto. Por essa razão, o sacrifício não é fácil. O trecho do Evangelho mostra isso claramente. Durante a transfiguração, há uma atmosfera consoladora devido aos acontecimentos no topo daquela montanha. Pedro, Tiago e João desejam permanecer lá para sempre. Assim, a ideia de construir tendas naquela montanha implica em não querer mudar. O desejo de permanecer em nossas zonas de conforto. Graças à ação de Jesus. Em vez de atender ao pedido de Pedro, ele os faz descer da montanha.
Jesus quer que todos nós, durante esta Quaresma, saiamos de nossos casulos, onde encontramos conforto. Em vez disso, ele quer que estejamos prontos para enfrentar os desafios do maligno, saindo de nossas tendas. Qual é a minha tenda, qual é a sua tenda? Pode ser aquele hábito ao qual me apego e que acho difícil de mudar. Ou talvez seja minha personalidade que não estou trabalhando para melhorar porque o orgulho obscurece minha racionalidade. As práticas da Quaresma, ou seja, a oração, o jejum e a esmola, são atos simples para sair de nossas tendas e servir o povo de Deus.
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