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Reflexão para o Sábado Santo; a Vigília Pascal

Deus nunca abandonou as vicissitudes da vida humana.

Evangelho: Marcos16:1-7

A Reflexão para o Sábado Santo é do 

Padre Eugène Goussikindey, SJ.,

Director, Centre de Recherche,
d’Étude et de Créativité (CREC), Benin

O Sábado Santo é um dia diferente de todos os outros. No entanto, representa um dia especial na minha experiência cristã. Ao olhar mais de perto, a liturgia não prevê nada de específico além da vigília pascal. No entanto, a vigília é uma antecipação do domingo de Páscoa. Escolher um texto para meditação se torna difícil quando desejamos viver intensamente este dia do Sábado Santo. O que me vem à mente este ano são dois momentos que enquadram bem este dia do Sábado Santo e podem servir de composição de lugares, para os familiares com a tradição ignaciana. O primeiro momento corresponde à última palavra do Verbo na cruz na Sexta-feira Santa: "Tudo está consumado". O evangelista continua: "Então, inclinando a cabeça, ele entregou o espírito" (João 19:30). O segundo momento é a palavra vinda do túmulo: "Vocês estão procurando Jesus de Nazaré, o Crucificado? Ele ressuscitou: Ele não está aqui". Entre estas duas palavras, não há nada além do silêncio da morte que nos envolve quando começamos o Sábado Santo.

O Verbo, que estava no "princípio", cuja palavra é a origem de toda a criação e que era a "vida" (João 1:1-4), entra num silêncio total, um silêncio de morte, quando entrega o espírito. O Verbo feito carne "foi sepultado", como afirma a tradição recebida por São Paulo (1 Coríntios 15:4), que professamos sempre que recitamos o Credo. O túmulo se transforma e torna-se o símbolo mesmo do Sábado Santo. Percebido como a última morada do homem na terra ou como o sinal visível da finitude, o verdadeiro traço distintivo do túmulo é o silêncio. A experiência do Sábado Santo é, para mim, a de um silêncio que se abate sobre a forte emoção da Sexta-feira Santa, onde o sofrimento e a morte de um justo, de um inocente que passava o tempo fazendo o bem, abalou nossa consciência. O drama da Sexta-feira Santa não poderia ter uma melhor resposta no Sábado Santo do que uma meditação silenciosa, sem palavras, porque a Palavra, o Verbo eterno, se calou. A Escritura está suspensa.

É este véu sombrio que se impõe sobre o Sábado Santo desde a última palavra do Verbo na cruz: "Tudo está consumado". Foi preciso a coragem e a determinação de algumas mulheres: Maria Madalena, Maria mãe de Tiago, e Salomé, para seguir o caminho do túmulo onde o Crucificado foi depositado. Mas, em vez de uma última homenagem ao Crucificado, elas ouvem uma voz, de além-túmulo, trazendo uma mensagem, uma boa notícia: "vocês estão procurando Jesus de Nazaré, o Crucificado? Ele ressuscitou, Ele não está aqui" (Marcos 16:6). O Sábado Santo termina com uma palavra que revela a outra face do véu da morte: ele não está aqui, ou seja, a morte não o reteve! "Ele vos precede na Galiléia". Portanto, o luto, a prova do túmulo, chega ao fim. O Sábado Santo termina com uma missão: "agora, vão dizer aos seus discípulos e a Pedro" que é na Galiléia, onde tudo começou, que devem recomeçar.

Quando penso nisso, a audácia de me levantar "bem cedo" e seguir o caminho para o túmulo não é mera temeridade, é a força do espírito liberado quando "tudo está consumado", é a força interior que se recusa a ceder ao silêncio imposto pelo sofrimento e dor, injustiça e opressão. Assim como Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé, devo desafiar meus túmulos, esses lugares onde a esperança morre em minha vida, esses lugares onde o sofrimento, o fracasso, a decepção, as tribulações dos meus relacionamentos, os meus medos e as minhas dúvidas proliferam e me paralisam. Devo ouvir novamente esta voz que vem de além-túmulo, para me dizer: "Você está procurando o Crucificado? Ele não está aqui." O crucificado não está mais nesses lugares onde a morte reina, pois a vida triunfou. Ele precede na Galileia!

O Sábado Santo é, em última análise, um tempo para um novo começo. E, como se para nos impedir de nos desviarmos, esta partida é sob a orientação das Escrituras. A noite do Sábado Santo nos lança diretamente nas histórias que nos lembram que Deus nunca abandonou as vicissitudes da vida humana. Em Jesus de Nazaré, "Está consumado". Os corações entristecidos da Sexta-feira Santa encontram na noite do Sábado Santo a alegria resumida em uma única palavra: "Ele ressuscitou". Com São João, podemos passar da meditação para a contemplação deste testemunho: "Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; A luz brilha nas trevas, e as trevas não a detiveram. (João 1:4-5)

Pe. Matambura Ismael, SJ

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