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Transformar os candidatos a emprego em criadores de emprego: um passo ousado para conter o desemprego jovem no Ruanda

Como um dos centros de campo da Rede Jesuíta Africana contra a SIDA (AJAN), o Centro Jesuíta Urumuri (JUC), no Ruanda, continua a incorporar a missão da AJAN de promover a vida, a dignidade e a esperança entre os jovens africanos. Em consonância com a visão da AJAN de formar jovens responsáveis, autossuficientes e motivados por valores, a JUC implementou o Programa de Empoderamento Juvenil para a Inovação Social e Empreendedorismo — uma iniciativa transformadora que equipa os jovens não só com competências técnicas e empresariais, mas também com os valores morais e sociais necessários para construir meios de subsistência sustentáveis. Esta abordagem reflecte a convicção da AJAN de que o empoderamento e a auto-suficiência económica são vitais para reduzir as vulnerabilidades que frequentemente expõem os jovens à pobreza, à exploração e aos riscos para a saúde, incluindo o VIH/SIDA.

Formatura da 1ª turma, 2020. Sentado da esquerda para a direita; Senhor Anaclet Bagirishya, Dr. Patrice Habinshuti, Padre Patrice Ndayisenga, SJ, Padre Fabien Gasigwa, SJ, Padre Theoneste Nkeramihigo, SJ e Padre Dominique Habyarimana, SJ

Num mundo em que o desemprego jovem continua a aumentar, o Centro Jesuíta Urumuri (JUC) — uma iniciativa baseada na investigação e na justiça social — não pode ficar parado, apenas a observar. Dados baseados em inquéritos mostram que um segmento de jovens adultos no Ruanda sofre de pobreza, elevado desemprego e falta de competências relevantes para as necessidades do mercado (Inquérito à Força de Trabalho do Ruanda, 2024).

Além disso, a necessidade de uma nova abordagem para elevar os jovens adultos é salientada pelo Inquérito à Força de Trabalho de 2024, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística do Ruanda, que constatou que o desemprego era muito elevado entre os indivíduos com o ensino secundário (27,1%), 22,7% entre os licenciados universitários e 16,1% entre os que tinham o ensino primário. Estes números revelam um desfasamento crítico entre a aprendizagem académica e as competências necessárias para o mercado de trabalho, realçando a necessidade de abordagens inovadoras e práticas.

A JUC, através da sua missão de promover o desenvolvimento integral de todos — especialmente dos mais necessitados — respondeu a estas constatações alarmantes lançando, em 2020, uma iniciativa inovadora denominada Programa de Empoderamento Juvenil para a Inovação Social e Empreendedorismo. O programa equipa os jovens com o conhecimento, as competências e os recursos destinados a transformá-los em criadores de emprego, em vez de candidatos a emprego.

O programa oferece uma formação intensiva de três meses a 40 participantes em cada turma, abordando competências empreendedoras práticas, ideias de negócio inovadoras e os desafios de iniciar um empreendimento. Entre eles, 15 participantes excecionais são selecionados para uma fase de incubação de seis meses, recebendo mentoria e capital inicial para dar vida às suas ideias de negócio.

“Na minha educação formal, estudei contabilidade. Embora tenhamos abordado negócios e comunicação, a maior parte do meu conhecimento prático veio da JUC. Eles realmente capacitaram-nos. Depois de receber uma bolsa de desenvolvimento empresarial, consegui alugar um quiosque — antes disso, simplesmente comprava produtos a terceiros. Usei a bolsa para alugar um quiosque por 50.000 RWF e paguei dois meses de renda. Antes, vendia na empresa de outra pessoa, ganhando apenas 3.000 a 4.000 RWF de lucro por dia. Depois de alugar o quiosque para armazenamento, nunca consegui menos de 8.000 RWF de lucro diário.

Desde 2020, já se formaram cinco turmas e mais de 139 jovens iniciaram com sucesso os seus próprios pequenos negócios em diversos setores — desde a tecnologia e agricultura à pecuária, apicultura, cerâmica, artes e tecelagem. O programa está a comprovar o que a formação prática em empreendedorismo pode fazer para colmatar a lacuna entre a educação e o emprego.

“Finalmente, imagino ter uma pequena fábrica que processe legumes — produzindo extrato ou sumo de tomate — para os mercados local e de exportação. Este é o futuro que procuro. Desde que saí da JUC, fiz progressos tremendos. Agora, emprego dois funcionários a tempo inteiro e contrato trabalhadores sazonais, dependendo da fase de produção”, disse Gerard Amizero, beneficiário da Organic Farming Initiatives no Distrito de Rwamagana.

Esta iniciativa faz mais do que ensinar negócios; incute valores sociais, capacitando os jovens para criarem empreendimentos que beneficiem as suas comunidades tanto quanto a si próprios. Cada fase do programa oferece orientação, mentoria e apoio financeiro, transformando ideias brilhantes em realidades sustentáveis ​​que geram rendimentos, criam empregos e inspiram os outros.

Ao equipar os jovens com ferramentas, mentoria e capital, o Centro Jesuíta Urumuri está a reescrever a narrativa do desemprego jovem. Os diplomados do programa já não estão à espera de oportunidades — estão a criá-las, lançando empreendimentos que impulsionam a atividade económica e inspiram uma nova geração de criadores de emprego.

“Aqueles que estão desempregados ou subempregados sofrem as profundas consequências negativas que tal situação cria na personalidade e correm o risco de serem marginalizados na sociedade, de se tornarem vítimas de exclusão social.” (CSDC nº 289)

Para mais informações, visite o site do Centro Jesuíta de Urumuri: https://www.juc-rwb.org/

Por, Yunusu Dukorerimana,

Estagiária de Comunicação da JUC.

Pe. Matambura Ismael, SJ

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