Todos os anos, comemorado a 1 de dezembro, o Dia Mundial da Luta Contra a SIDA oferece uma oportunidade para intensificar a mobilização. Em Madagáscar a celebração oficial realizou-se em Antsiranana, localidade do norte do país, a 1119 km da capital, de difícil acesso rodoviário. Estas restrições logísticas limitaram a participação activa de organizações, incluindo o Arrupe Madagascar Center (CA MDG), vindo da capital para a celebração oficial. Contudo, o Secretário Executivo do Comité Nacional de Luta contra a SIDA (CNLS) incentivou cada organização a assinalar o dia 1 de Dezembro de acordo com a sua possibilidade.
A radiodifusão: espaço de informação e reflexão
O nosso programa de Rádio de 28 de novembro foi dedicado às comemorações do Dia Mundial da Luta Contra a SIDA, tendo como foco o tema “Vamos Seguir o Caminho do Direito”. As discussões realçaram direitos frequentemente violados, como o acesso à informação e às infra-estruturas básicas de saúde. Os oradores lembraram que “todos e todas têm a responsabilidade de eliminar o VIH até 2030”. Fiel ao seu compromisso, o nosso programa de rádio ajudou a destacar as questões e os desafios relacionados com a implementação do direito universal. A pessoa deve estar no centro de todas as ações e a não discriminação e a justiça social devem ser a prioridade das atividades desenvolvidas.
As reflexões durante o programa, graças à intervenção direta dos ouvintes, realçaram também a urgência de melhorar o acesso aos serviços de testagem e tratamento em zonas remotas. Destacaram a importância de sensibilizar as comunidades para os seus direitos à saúde e de quebrar os tabus que rodeiam o VIH/SIDA.
O programa proporcionou ainda a oportunidade de rever o Simpósio Regional que teve lugar nos dias 22, 23 e 24 de Outubro deste ano em Antananarivo. De facto, o 20º Simpósio Regional sobre a SIDA reuniu representantes de organizações civis e privadas, especialistas e decisores políticos nacionais e internacionais, com o objectivo de reforçar as estratégias de controlo, popularizar os avanços da investigação e adoptar abordagens inclusivas. O principal desafio é dar a conhecer a situação epidemiológica de cada país da zona, cuja prevalência é por vezes subestimada, como é o caso de Madagáscar.
Rumo a uma plataforma nacional de Organizações da Sociedade Civil (OSC)
Perante a situação alarmante em Madagáscar, há um apelo à colaboração de todos os lados, e os esforços contra o flagelo do VIH devem ser intensificados, e uma das principais respostas é a criação de uma plataforma nacional que reúna organizações da sociedade civil empenhadas na luta contra o VIH/SIDA. Neste contexto, o Conselho de Administração dos ODM comprometeu-se com a comissão ad hoc, encarregada de preparar a Assembleia Geral destinada a formalizar esta plataforma. Para maximizar o impacto das iniciativas e criar capacidade de advocacia, é crucial reunir forças, e isto é uma prova do papel crítico da sociedade civil na luta contra o VIH/SIDA.
Embora a celebração oficial do Dia Mundial da SIDA tenha ocorrido numa região remota e de difícil acesso devido às chuvas, foram organizadas reuniões locais para manter o ímpeto de sensibilização, a comissão ad hoc continua este trabalho de elaboração dos documentos necessários para o estabelecimento oficial da plataforma. A próxima formalização desta estrutura constitui também a base para uma colaboração reforçada entre as próprias OSC e com o CNLS.
Os Ravens reuniram-se com o
Centre Arrupe Madagascar
Por, Equipa de Comunicação,
Centre-Arrupe-Madagascar.
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