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ENTREVISTA COM O PE ISMAEL MATAMBURA ANTES DA ASSEMBLÉIA GERAL DA AJAN 2021

  1. Depois de alguns meses como diretor da AJAN, como tem sido sua experiência?

Até agora tive uma boa experiência. Como qualquer jesuíta, muitas vezes recebo uma nova missão. Uma nova missão sempre abre uma nova experiência em um novo ambiente humano, cultural, geográfico, etc. Em uma nova missão, aproveito para aprender, orar e refletir mais sobre suas demandas e obrigações, bem como suas prioridades. No Secretariado da AJAN, como novo diretor, fiz o mesmo. Usei esse tempo para ouvir, ler, aprender, planejar, contatar e conhecer novas pessoas sobre este trabalho conjunto da Conferência Jesuíta da África e Madagascar.

  1. Que desafios a organização enfrenta atualmente?

Hoje o mundo enfrenta um grande desafio de saúde pública: a pandemia causada pelo novo vírus corona (COVID-19). Todas as esferas da vida foram afetadas e mais de dois milhões de vidas foram perdidas. Meus pensamentos especiais para suas almas! Além disso, milhões de pessoas perderam seus empregos e outros seus meios de subsistência, estruturas ou instituições perderam pessoas-recurso, etc. A AJAN também é afetada negativamente por esta pandemia, tornando difícil adquirir os recursos necessários para aliviar o sofrimento de tantos aflitos em nossos locais de ministério. Graças a Deus as vacinas já foram feitas e a pesquisa continua! Esse é um bom motivo para esperar e sonhar com uma solução definitiva, produtos curativos, é claro, com a ajuda de Deus. Além do COVID-19, o HIV e a AIDS continuam sendo um grande problema na África Subsaariana, embora avanços médicos significativos em testes e tratamento tenham sido feitos ao longo dos anos. Nesta região, dezenas de milhões de pessoas ainda morrem, deixando milhares de órfãos com futuro incerto. Mulheres e homens jovens continuam a contrair o HIV e o nível de pobreza continua a aumentar, aumentando o nível de vulnerabilidade e expondo as pessoas a todos os tipos de risco e sofrimento.

  1. Qual é a sua abordagem para gerenciar a AJAN e o que você planeja alcançar?

A AJAN é uma rede e, como tal, a minha abordagem será trabalhar em rede, reunir todos os membros e parceiros e procurar ter mais impacto no terreno. Os jovens são muito importantes, desempenham um papel fundamental para o crescimento e desenvolvimento de todas as sociedades. A AJAN vai investir nos jovens do continente e torná-los verdadeiros agentes de mudança, tanto a nível pessoal como comunitário.

  1. Na sua opinião, há alguma mudança que a AJAN deveria realizar agora e a longo prazo?

Sim, existem vários tipos e em vários campos. Acho que a AJAN precisa melhorar a comunicação dentro e fora da rede para compartilhar nossos recursos e experiência. Também, no campo da saúde e do bem-estar, significa ir além da única questão do HIV, mas também investir em outras questões de saúde pública que constituem obstáculos ao crescimento pessoal e comunitário das pessoas a quem servimos. A missão de Cristo, a quem servimos como Jesuítas, deseja que todos tenham vida, ou seja, boa saúde espiritual, moral, física, etc. e viver em um mundo mais justo e atencioso. Além disso, vamos investir mais em pesquisa e defesa de um maior impacto na África e além.

  1. Qual é a sua perspectiva sobre o trabalho dos diferentes Centros AJAN em África e quais são as suas necessidades mais urgentes?

Minha perspectiva é que todos os centros se reúnam mais, que fortaleçam sua colaboração e tenham mais impacto na vida, em cada um dos setores que visam. As necessidades de nossos centros são diversas, dependendo da localização e do que cada centro faz. Mas, em geral, há uma necessidade de recursos e estruturas sustentáveis; treinadores comprometidos e apaixonados por meio de nossos programas de desenvolvimento integral da juventude, como AHAPPY (Programa AJAN de Prevenção de HIV e AIDS para Jovens) e atividades de geração de renda; meios (estruturas viáveis) para oferecer um pacote de HIV mais completo (testes e tratamento) e meios de comunicação eficazes, etc.

  1. Quão animado você está com a próxima Assembleia Geral da AJAN e o que você planeja realizar ao convocá-la?

Esta Assembleia deveria ser realizada em maio de 2020, mas devido a restrições de viagens devido à pandemia COVID-19, ela não aconteceu mais. Estou feliz por estarmos agora em condições de organizá-lo, mesmo que a situação se deteriore novamente em alguns países, em particular na África Austral. Pretendemos fortalecer a capacidade de gestão, avaliação, monitoramento e medição de impacto dos Centros e projetos de rede. Faremos isso por meio do treinamento de capacitação que oferecemos aos diretores dos centros e aos coordenadores de projetos da rede AJAN. Queremos trabalhar para pensar no futuro da rede revisitando seu mandato, sua visão e sua missão levando em conta os sinais dos tempos, as Preferências Apostólicas Universais (PUA) da Companhia de Jesus, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do Nações Unidas (ODS) e prioridades globais de saúde pública. Queremos colocar os jovens no centro de nossa missão.

  1. Como está a preparação para a Assembleia Geral da AJAN a decorrer?

O Secretariado (Escritório de Coordenação) da AJAN está pronto para a Assembleia. Estamos nos preparando há quase dois meses em colaboração com nossos parceiros que estão no terreno. Organizamos encontros virtuais com as diferentes pessoas envolvidas neste processo. Certificamo-nos de que todas as necessidades (logísticas e de segurança) são tidas em consideração de acordo com os protocolos governamentais relativos à prevenção do COVID-19. Além disso, as ferramentas essenciais para a preparação preliminar e imediata foram enviadas aos Centros e os comentários foram devolvidos ao secretariado da AJAN e estamos satisfeitos com a sua participação e entusiasmo.

  1. Tendo interagido com os jovens através do AHAPPY, quais são as suas necessidades mais urgentes?

Sim, em dezembro passado, interagi principalmente com jovens que estão terminando o ensino médio e se preparando para entrar na universidade. A sensação que tenho é que precisam de informações verdadeiras e corretas e de uma preparação boa e minuciosa, pois, embora bem treinados intelectualmente, estão com medo por não saberem com clareza como será seu futuro. Você sabe, estamos em um mundo de lucro - todos querem lucrar com todos em quase todos os níveis. Hoje os jovens têm acesso a muitas informações, algumas das quais não vitais: elas ameaçam e expõem a vida. Os jovens precisam ser amados, levados a sério, orientados, acompanhados, etc. nesta incerteza. Por sua vez, eles também precisam estar mais abertos para quem pode, ou para aqueles que querem ajudá-los a navegar no oceano da vida. Exorto-os a confiar em Deus, em si mesmos e em seus dons e talentos dados por Deus, pois realmente não há limite para o que se pode realizar na vida usando sua inteligência, consciência e suas potencialidades. Deus deu a eles o potencial e as habilidades de que precisam.

  1. Quais são alguns dos desafios que os jesuítas e seus colaboradores enfrentam que limitam sua eficácia na luta contra o HIV e a AIDS?

A luta contra o HIV e outras pandemias deve ser sistemática e contínua. Em algumas áreas onde os Jesuítas trabalham, falta esta luta contínua. Outro desafio é a dependência de recursos externos. Além disso, os governos africanos parecem negligenciar a saúde pública: eles alocam um orçamento nacional muito insignificante para ela. Também negligenciam a promoção de valores que, no entanto, favorecem uma mudança de comportamento mais duradoura. A pobreza e o comportamento estão intrinsecamente ligados ao HIV. O aumento da pobreza na África é um grande desafio e obstáculo na luta contra o HIV. Entre outros obstáculos, temos crenças e práticas tradicionais arriscadas, bem como a ação de curandeiros charlatães que inibem a adesão ao tratamento.

  1. O financiamento é um desafio para a AJAN e como você planeja enfrentá-lo?

Sim, é um desafio. As necessidades aumentam a cada dia, mas os fundos não aumentam. Uma forma de contornar isso é ampliar nosso círculo de parceiros: ir além dos jesuítas e das estruturas eclesiais. É importante que cada centro tenha capacidade para medir seu impacto na sociedade. Pretendo lançar mais atividades geradoras de renda. Cada centro deverá basear sua atuação em um modelo comercial. Também poderíamos usar os resultados de nossas várias pesquisas para uma arrecadação de fundos mais eficaz e defesa com base em evidências de campo, bem como dados científicos e verificáveis.

Entrevista conduzida por Muteti Caleb, Oficial de Comunicação e Pesquisa, AJAN

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