Reflexões da Quinta-Feira Santa, por Masy Alinoro, Oficial de Programas de Saúde e Família no Centro Arrupe Madagascar
Hoje é o início do tridium da Páscoa. O que me vem à cabeça primeiro é a última refeição de Jesus com os seus discípulos e a lavagem dos pés. Jesus, no centro desta celebração, também está no centro da ação, como nos diz o Evangelho de São João. Através deste evangelho, o amor e o serviço são particularmente destacados. Seria difícil imaginar que em circunstâncias complexas que requerem resistência e paciência, se pode sempre mostrar este amor incondicional e, ao mesmo tempo, estar ao serviço dos outros. Na verdade, este relato do evangelho revela-nos as poucas qualidades de Jesus, nomeadamente: Um servo Jesus que é "Mestre" como os seus discípulos o recordam neste evangelho. A ação do enema dos pés é um exemplo concreto do que é dito em São Lucas 14, 11 "para quem se levantar será baixado e aquele que baixar será alto". Pode imaginar-se que Jesus está a preparar-se para a grande missão que Deus lhe confiou. Ele vai suportar sofrimento, humilhação, abandono, etc. Mas antes de se entregar, teve tempo para cuidar dos seus que amava tanto como o evangelho diz. Jesus, homem do diálogo. A conversa que teve com Simão Pedro também faz parte desta preparação para o seu desaparecimento físico, como nos diz o evangelho. Podemos ver o embaraço de Simão Pedro quando Jesus o abordou para lavar os pés. Ao chamá-lo de Mestre, Pedro quer colocar Jesus de volta no seu lugar, o que não deve ser menosprezado como ele. Mas podemos ficar tranquilos com a resposta calma e tranquilizadora de Jesus, dizendo que "mais tarde, compreenderá!" Nestas palavras, o embaraço de Pedro transforma-se em alegria e motivação que o encoraja mais a continuar o diálogo. Jesus, uma pessoa que ama. A primeira frase do evangelho conta-nos o amor de Jesus pelo seu povo e que os amou com amor infinito. Este amor não é apenas simbólico, mas também leva à ação e ao serviço, como já foi referido neste texto. Os atos de amor citados nesta breve passagem são apenas os preâmbulos dos próximos dias, onde veremos um Jesus corajoso e confiante "que ele saiu de Deus, e que vai para Deus". Neste tempo de ansiedade e stress, especialmente relacionados com as nossas várias preocupações diárias, seremos capazes de habitar esta coragem e confiança em Deus? A nossa atual circunstância da propagação do covídio 19 coloca-nos numa situação desconcertante; Muitos de nós permanecem indingeados e impasses face às várias dificuldades que isso implica. Que o exemplo do "Jesus Modelo" nos pressione para ir além de tudo isto: estar ao serviço dos outros, partilhar este amor infinito, ter a coragem de encarar o futuro, confiando em nós mesmos a Deus nosso Pai.